Hieronymus Bosch

Sendo um dos meus pintores favoritos, o flamengo Jeroen van Aeken (ou El Bosco como é conhecido em Espanha, onde o Rei Filipe II era seu fã e fartava-se de encomendar obras suas) realizou um dos meus quadros favoritos, o Jardim das Delicias (encontra-se no Museu do Prado, Madrid e é um tríptico...há também uma cópia em minha casa, em forma de puzzle de 2000 peças, para quem esteja interessado), sendo possível passar horas a fio a observá-lo e continuar a desvendar novas noções e ideias no mesmo. De temáticas fortemente religiosas e algo obscuras (às vezes questiono-me se não são sinónimos), utilizava uma critica mordaz representando os vícios, os pecados e todas essas questões que pareciam fustigar as mentes na idade média.

Cada quadro encerra inúmeras representações e detalhes, sendo repleto de seres e lugares fantásticos (devia ter uma mente tortuosa, o senhor). Quando visitei o Prado, tive oportunidade de ver algumas das suas obras e a cada observação descobria uma nova figura humanóide ou um detalhe numa mão...de longe mais interessante do que Guernica, se me é permitida a comparação!

Para quem está a pensar "raios, para ver tais obras de arte é preciso ir visitar os nuestros hermanos", aqui fica a boa noticia: temos um tríptico no nosso Museu Nacional de Arte Antiga (Rua das Janelas Verdes, Lisboa), As Tentações de Santo Antão! Dizem os entendidos que nele se representa o Anticristo (dentro da casa, junto a Cristo), e que a tentação que Santo Antão enfrentava era simplesmente a vontade de fugir de tamanho caos. Revêem-se?