Num ataque saudosista, recordei-me deste símbolo da minha infância, tão anos 80! Era roxa, com ar simpático e sábio: era uma bota velha, usada, repleta de conhecimentos resultantes de uma longa experiência enquanto bota. Claro que os óculos ajudam nesta imagem de bota intelectual!
Surgiu no grande concurso 1,2,3, quando éramos bafejados por 2(!!!)canais de televisão, estatais, e não havia serão mais maravilhoso do que tentar descobrir, juntamente com o concorrente (ou melhor, muito depois, que isto dos directos é inovação), qual o prémio que este recebera...Para tal, era preciso sofrer o suspense proposto com muitos "e ainda..." pelo famoso Carlos Cruz. Podia agora fazer um comentário qualquer a envolver criancinhas, mas não me apetece, pois na verdade, e apesar da ironia do texto, foram momentos fantásticos os que passei em frente à caixinha mágica na companhia da minha avó.
Não precisava de TvCabo, não havia comando, acho mesmo que na altura ainda não tinha vídeo em casa (as cassetes de VHS...snif, snif)... Antes dos nintendos, das playstations ou mesmo dos gameboys (Ainda me lembro quando a minha irmã recebeu um, parecia minúsculo e muito moderno na altura, agora recordo-me de um tijolo a preto-e-branco com o "sofisticado" Tetris! Mas recordo com carinho!!!). Simplesmente uma televisão que ocupava a mesa inteira, a minha avó, eu e o 1,2,3!
Mas voltando à Bota Botilde (simpatizo mesmo com ela!), lembro-me bem de passar horas a saltitar no brinquedo da moda da altura: uma Bota Botilde de plástico presa a um cabo que terminava numa argola. Enfiava-se o pé na dita argola e depois era só rodar a bota num movimento de rotação. Uma vizinha (quando os miudos brincavam na rua, é preciso explicar), menos bafejada pela sorte, utilizava um limão espetado num cabo para o mesmo efeito (um limão falso, entenda-se, era uma outra versão do mesmo brinquedo). Mesmo passados muitos anos, em minha casa continuava a ser apelidada da "Rapariga do Limão".
Muito útil, este brinquedo permitiu a minha defesa pessoal contra as duas terríveis gémeas (não faço ideia dos seus nomes), filhas de uns amigos dos meus pais. Tratavam-se de dois enormes monstros (eram bem mais velhas do que eu e parvas como tudo!), iguais e que atormentavam-me sempre que nos era dado o dever de ir brincar juntas. Devo acrescentar que a minha irmã pouco préstimo tinha como ajuda, pois pelava-se de medo delas.
Sendo bem mais nova, era suposto submeter-me aos seus desejos e pedidos: ser guarda-redes eternamente, ser a escrava das princesas, etc e tal... Ora sempre gostei de ser dona de mim própria e num belo dia, depois das ditas criaturas terem feito xixi na banheira da minha avó(!!!), resolveram importunar-me (o motivo, confesso, já me escapa). Mas eu tinha um auxiliar poderoso- a BOTA BOTILDE, e era ver uma coisa pequenina (não devia ter mais de quatro anos) a correr atrás dos seres ignóbeis de Bota Botilde em punho! E não deve ser simpático apanhar com uma Bota Botilde de plástico a alta velocidade!!!
Anos mais tarde surgiram novos modelos do mesmo brinquedo, com contador de voltas e tudo! Mas...não era a mesma coisa!
2 comentários:
lol fartei-me de rir com o teu ataque 'as gemeas com a bota botilde!!! Nunca mais me meto contigo!!!
Confesso que nao me lembro mto dessa brinquedo da bota botilde!! :/ será que não tive direito a um???
Beijinhos grandes!!!
lembro-me mt bem....mas como o dinheiro era curto, levei com o limão k fazia o mesmo efeito!!
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